A nossa Nina partiu inesperadamente, por volta das 19h45, devido a um taxista em excesso de velocidade numa rua perto daqui.
A essa hora, eu estava a chegar a casa. Passado uns minutos entra o R. que me dá a notícia, tinha acabado de acontecer. Não me despedi dela, não tive oportunidade, já era um anjinho canino quando cheguei perto dela, já não abanou a calda de contentamento por me ver, já não me lambeu as mãos para me cumprimentar, já não...
Chorei a noite inteira e mesmo agora escrevendo estas palavras as lágrimas queimam-me o rosto, o meu coração está ferido, minha alma triste.
Será que sofreu? Será que se apercebeu do que ia acontecer? Será que pensou em nós? Será???
Há quem pense e ache que os animais são só animais, não pensam, não sofrem, não têm sentimentos mas EU não penso assim, a minha Nina pertencia à família, estava connosco há quase 11 anos, acompanhou-nos em muitas aventuras, fazia-me companhia quando por algum motivo estava sozinha, tinha muita vida e alegria para dar.
Agora já não tenho quem me dê com o focinho na perna quando estou à mesa a pedir qualquer coisita, já não tenho quem me alerte quando tocam à campaínha e eu não ouvi, já não tenho quem me dê sinal se alguém anda nas escadas, já não tenho quem me defenda quando alguém se chega perto de mim, já não tenho quem se enrosque nas minhas pernas quando estou a lavar a loiça, já não tenho quem quase me faça cair por querer andar e esbarrar nela pois não sai de perto de mim, já não tenho quem...
"Adeus Minha Nina!
Que sejas feliz para onde fostes, que encontres muitos amigos e que te tratem bem.
Que a tua nova casa seja linda e aconchegante, que tenhas muitos brinquedos e brincadeiras.
Quem sabe um dia nos voltemos a reencontrar."