O B. tem muito (infelizmente) a mania de meter os dedos no nariz.
Acho que ele é como eu, não gosta de sentir o nariz ocupado, mas enquanto eu limpo com água ou papel, ele utiliza os dedos para fazer a limpeza.
Já por duas vezes teve que tomar antibiótico pois fez uma ferida que infectou e originou um impetigo.
Sempre que o vemos de dedo no nariz, repreendemo-lo.
Mais uma vez, conseguiu fazer uma ferida na ponta do nariz. Estou a colocar bacitracina para secar mais rápido. Estava quase bom.
Digo quase pois ontem foi ter comigo à sala com o pontinha do nariz em carne viva, os dedos com sangue e como se não fosse nada com ele.
Pela 1000ª vez, disse-lhe que não podia ser, que qualquer dia lhe caía o nariz, que se continuasse a fazer aquilo tinhamos que ir ao hospital, etc, etc. Usei argumentos fortes para ver se ele apanha algum medo e perde a mania.
Lavei-lhe a cara e as mãos e mais uma vez coloquei-lhe a pomada.
Deitou-se na minha cama a ver o Disney Channel. Passado uns dez minutos, fui vê-lo.
Quando cheguei ao quarto perguntou-me:
"- Mãe, estás zangada comigo?"
Desarmou-me. Fiquei sem palavras, sem saber o que responder pois perguntou aquilo de uma forma triste como se estivesse decepcionado com ele próprio. Nunca o tinha perguntado.
Respondi-lhe que não estava zangada mas sim triste com ele pois sabia muito bem que estava a fazer mal e continuava. Sabia bem que eu estava sempre a avisá-lo e ele não ligava importância às minhas palavras.
Parece que ficou mais aliviado pois a mãe não estava zangada. Aconcheguei-o. Dei-lhe o beijinho de boa noite e lá ficou.
O meu filho não sabe distinguir o zangada, do triste, do decepcionada, do angustiada. Pelo visto para ele desde que a mãe não esteje zangada, está tudo bem.
Tenho que lhe transmitir que não é só o estar zangada que interessa, tenho que lhe transmitir que por vezes as suas acções me deixam triste e ele não as deve fazer. Tenho ainda tanta coisa para lhe transmitir...
Fica aqui a prova do crime